OS DOIS

Os dois que se riem,
Que brilham de olhares brilhantes
E beijos doces e apertados
Que suspiram com vontade
De serem assim para a eternidade

Vocês que vivem aquilo,
Que mais anseio voltar a sentir.
Vocês que sonham...
Vocês os dois, e tu ...
Tu que fazes parte de vocês os dois
E que um dia ja foste um de nós

Nós que jurámos ser eternos
E que pura deixámos a nossa eternidade
Embriagados de pura ilusão
Ressacados agora por ela.
Castigados pela realidade...
Recompensados pelas lembranças...
E embalados pelo tempo...

Nós que nos transformámos num só
Que eramos antes de sermos nós
E tu que já fazes parte de vocês os dois...

Inerte estou, à procura de um "nós os dois" de novo
Recorro às lembranças de sensações
E amores que tu ja sentes...
Tu, ela...os Dois...
Os dois que podiamos ser nós...
Agora só vocês os dois...
É o que me resta de ti!

Porque a tua felicidade agora...
Será a minha dos novos tempos
Porque um dia eu serei feliz
Como vocês...
Os Dois.

Consolam-me, tiram-me a agonia
Que dentro do meu peito tenho sentido.
São fruto do meu cansaço, do meu fraco espirito...
Por nao te ter minha força, minha paixão!
Num dia são geladas, no outro até se tornam frescas
E seguem a minha face até à boca, com um gosto salgado de tristeza.

Tornam o meu olhar mais brilhante, mais bonito.
Mas vivem das minhas alegres tristezas
Ou das minhas tristes consolações.
São fruto da tua ausência, da tua presença nos dias que jamais acontecerão.
Aquela que jamais terei...
Porque tu só existes tao dentro, tao lá no fundo...
Perto de onde elas vêm...As lágrimas!