Aprendiz de mim...

caio... e levanto-me de novo... Volto a tropeçar...e deparo-me contigo de novo...realidade! Depois volto para aqui ...mundo dos sonhos!

Thursday, March 15, 2007

Hj sinto-me assim...como tu imaginas que sim...é como eu me sinto!

Friday, March 09, 2007


Descansou, parou...como em mais dias sem nada que fazer... só descansar!Era Domingo...
Fez do seu dia, mais umas horas de preguiça e dores no corpo por
sentir o colção mole!
Lembrou-se de tudo, o que lhe trazia a memória, e esqueçeu-se de tudo...com força para não mais lembrar!
Embrulhada em edredons sem fim e embriagada pelos lentos e chatos programas da tv...ficou morna e parada como as águas do rio que secou ontem!
Foi quando, naquele que era o dia depois, acordou mais cedo...nasceu de novo, porque o dia começou só para ela!
Porque mais um dia lhe foi ofertado, como todos os outros...
Nesses outros dias, foi com força que rasgou embrulho sem pena da sua beleza, e de querer guardá-lo para recordação!
O laço deste que lhe ofereçeram, era dourado e tinha sabor a leite com mel...pela manhã!
Descolou cada pedaço de fita-cola com a lentidão, como a das águas que o rio tinha antes de secar!
Desfez cada vinco do papel, que a mulher da loja levou segundos intermináveis a traçar, a cravar as ulhas grandes e vermelhas! Unhas da cor do sumo que nos faz estarmos vivos!
O papel cheirava a sol quente e sentia-se bem... como o aroma fresco da roupa lavada!
Abriu o presente e os olhos encheram-se de água, aquela que ontem bebera dos lábios molhados - por em pranto se ter recordado daquilo que não mais se queria lembrar!
Eram oito da manhã...e já alguém lhe oferecera um dia bonito!
Com o peso da roupa de marca em cima, o fardo de ter que pegar no garfo para levar o à boca com a comida quente e saborosa da loja das massas! Era comida italiana...mas que depois ficou enjoativa.Pasta!- que desprezou umas gramas na outra metade do prato.-
Bebeu de seguida por uma chávena- talvez de porcelana que até estava enfeitada com rebordos dourados-.A chávena: que tinha dentro um euro de café dissolvido em água de ouro!
Mais um euro que tinha perdido da carteira... a carteira: que há três anos atrás regateou com a cigana da rua.
Já está cansada da carteira...queria ter uma nova, mais bonita!
Insatisfeita, seguiu de novo para o trabalho...dizia sempre que trabalhava:-... de graça!
Trabalha ali porque querem que ela seja feliz, e porque no fundo acha que um dia vai comprar uma carteira nova!
Já no final do dia, depois de horas a trabalhar - sentada na cadeira, dando-se somente ao trabalho de os ouvir a todos - cede a mais um dos caprichos de um dia "feliz": voltar para casa sentada no carro que recebeu aquando dos seus dezoito aninhos.
No meio dos ruídos e dos maus cheiros, estava acomodada nas paragens e arranques do carro da frente! Sentia-se observada e nem musica podia ouvir...porque o presente dos seus dezoito anos vinha sem rádio!
Ficou uma meia hora a destilar a restante água do rio...porque estava sol e o calor molhava as suas axilas e fazia escorrerem ainda mais gotas de água...que agora vinham da testa gelada!
Parado, o carro ficou calado, a porta fechou-se e dentro dele o bafo dos cigarros que fumou, uns seguidos aos outros, debaixo do sol!
Chegou a casa e arrastou-se no meio do silêncio desta, até ouvir o barulho da água a correr pelos buracos do chuveiro branco! Esse chuveiro era uma nova aquisição, porque o outro, feio, estragou-se!
- Este já é mais engraçado. Pensou.
Mas era de plástico, não o que ela gostaria de ter: ...aqueles pesados, de porcelana e com rebordos dourados: com a cor do laço do presente que desembrulhou de manhã!
Mole e morna...foi aqueçer-se mais ainda, para o edredou que deixou arrefecer durante todo o dia...quando saíu de casa!
Alí, lembrou-se de novo...do que não queria recordar. Recordou...
E deixou que amanhã, o dia lhe desse outro presente...para se esqueçer do que tinha recebido ontem.
Agora, podia ter uma colecção de papel de embrulho, colorina...e a caixa que estava guardada para eles...está vazia!
Viveu hoje...estúpida de querer que a vida toda fosse feita de pormenores.Pormenores esses que nunca farão com que a vida seja como um presente, como um pormenor!